17 agosto 2007

A QUEM DOA

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Fugiste, furaste: a
felina aflição
um assobio arrancado aos primórdios?
.
Pulaste na terra
sem povo sem poiso
uma poalha de distância nos olhos
perpetuada
.
E alguém ouviu
Eco de queda tua, por putrefacto
alguém te farejou?
.
Não sei se em tempos
um sonho viste
em que partias
e não dizias adeus
.
Quem sabe agora
qual foi o vento
que acaso enleou
as tuas escotilhas mais antigas
.
Virar uma página
Uma estação
dos caminhos em ferro
Uma ponta de orgulho
a enfeitar a patetice
um drible no escuro
Um soro outonal
Uma orla de bosque
e um buraco no escuro
Uma seiva entranhada
gritos secos no ar
e um luar ou uma chama
que sofreste para alcançar
até apreenderes...
.
Nada
vai significar
o que cada um sabia
.
É a morte
do jogo
.
Um dia ao sol-pôr
De joelhos no chão
Ofereces a luz
.
Sem pedir perdão pelo abuso

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